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Foto: Alieny Silva |
Filho e neto de políticos, o Professor Mestre Plínio
Amorim carrega a veia política desde o berço. Graduado em Educação Física pela Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) em 1985, Amorim fez sua especialização em Ciência
do Desporto na Universidade de Porto (Portugal), em 2001. Amorim exerceu o
cargo de Secretário de Educação nos municípios vizinhos Juazeiro, BA e
Petrolina, PE. E atualmente é assessor especial de Modernização Administrativa
da Prefeitura de Juazeiro.
Você tem formação acadêmica voltada para a
prática esportiva. Quais os motivos que te levaram a exercer cargos políticos?
Eu sou formado em Educação Física, me formei em 1985
na Universidade Federal de Pernambuco. Passei num Concurso da Universidade de Pernambuco,
na época era FFPP (Faculdade de Formação de Professores de Petrolina).e num
concurso da UNEB (Universidade do Estado da Bahia), fui professor da UNEB por um
ano. Dois anos depois fui fazer mestrado e quando voltei, assumi a chefia do
departamento de pedagogia da FFPP.
Fui chefe de departamento até 2004. No mesmo ano me
candidatei à direção da UPE. Foi uma campanha bonita e difícil, porque pela
forma que era a contagem dos votos era muito difícil de uma oposição vencer..
Na época, pelas contas que fiz, faltou um voto de funcionário, mas faltaram 200
votos de aluno. Embora eu tivesse 1600 votos de alunos e a outra candidata em
torno de 400. Eu tive 75% dos votos válidos.
Mas ai eu acho que meu nome tomou notoriedade. E a
partir dessa eleição daqui [da UPE], o então prefeito [Fernando Bezerra Coelho]
me convidou para ser Secretário de Educação de Petrolina. Foi uma oportunidade
extraordinária pra mim, até porque administrar a educação é uma coisa complexa,
grande. É ¼ do orçamento do município, 25% tem que ser utilizado na educação. Dei
sorte de conduzir uma equipe muito boa e de incentivá-los a trabalhar. Acredito
que contribuímos bastante pelas coisas que fizemos aqui, isso na minha opinião culminou
em ganharmos um prêmio do Ministério da Educação como modelo de referência de
gestão.
Quais as
diferenças entre os planos educacionais de Juazeiro e Petrolina?
Petrolina iniciou um processo de gestão com foco em
resultados na educação. E o que é resultado na educação? É o aluno ser
aprovado, mas aprender. Ele não pode receber aquilo que se chama de aprovação
automática.
Petrolina iniciou esse processo um pouco antes [que
Juazeiro], com foco em resultados. Faz-se uma avaliação com os alunos, não pra
dar nota, mas avaliação pra diagnosticar o nível de aprendizagem deles. São
avaliações muito bem elaboradas, bem planejadas, para que a gente saiba quais
os conteúdos o aluno está dominando. Nosso modelo era centrado assim: no início
do ano os professores de todas as séries sabiam dos conteúdos, eram bem
definidos. São os conteúdos que chamamos de descritores, que os alunos teriam
que vivenciar ao longo do ano. Monitorávamos o nível aprendizagem do aluno,
fazendo avaliações – sabendo quais alunos estavam abaixo da média, acima da
média - e algumas outras políticas como nível de leitura, produção de texto.
Juazeiro demorou a trabalhar na busca de resultados.
Essa foi a diferença. Quando eu assumi a Secretaria em Petrolina, esse modelo
já estava montado, legitimado. Só precisava aprofundá-lo. Em Juazeiro não, a
gente apresentou, a gente iniciou esse processo. São desafios enormes: um de
você estabelecer [a gestão] e o outro é você manter.
A Câmara de Vereadores
de Petrolina leva o nome semelhante ao seu.
Tem alguma relação? Qual é a relação?
Aquela pessoa lá é Plinio Amorim, meu avô que foi
vereador aqui em Petrolina durante 26 anos. Na época vereador não recebia
salário. Era voluntário. E pelo respeito, pela deferência, pelo compromisso
dele, após sua morte os vereadores entenderam que a Câmara deveria levar o nome
dele. Pra mim é uma honra muito grande
carregar o nome dele.
É daí que vem
sua veia política?
Sim. Eu sou filho de político. Meu avô foi vereador
por 26 anos. Eu tive um tio que foi vereador, meu pai foi vereador durante 16
anos. Mas, eu nunca coloquei meu nome para a coisa pública, além de eleição
interna em nível de gestão educacional.
Enquanto meu pai [Juarez Amorim] foi político eu não gostava disso.
Durante 16 anos meu pai foi um politico tão
dedicado, tão zeloso, que eu costumo dizer que durante esse tempo eu não tive
pai. Eu tinha um homem que financiava a vida da gente, minha e de meus irmãos e,
que de vez enquanto dormia com minha mãe.
Ele tinha um compromisso exagerado com a política. E
com isso pela ausência que eu sentia de meu pai, eu não gostava de política.
Mas, aí a maturidade vai chegando e a gente percebe que tudo acontece pela
política.
A gente vive num estado de direito, isso significa
que quem manda são as leis. E quem faz leis? Os políticos. Vereadores,
deputados estaduais, deputados federais e senadores. Eles que efetivamente
fazem as leis, nas suas câmaras e assembleias. Então, a gente precisa escolher
a boa política o bom político.
Por isso, hoje me curvei, me curvo e tenho uma
admiração muito grande pela política, pelos políticos. A minha política é a
política da educação. Eu costumo dizer que essa é a minha bandeira mais alta, é
aquela que eu tenho zelo maior.
Seu sangue
envereda para isso?
É, talvez o sangue politico me empurre para o lado
da gestão. O da gestão pública a gestão da educação pública de maneira mais
específica.
Por: Giomara Damasceno